Coberturas Incêndio e outros Danos venderam mais em Comércio e Indústria do que no segmento Habitação e Condomínios. Bancos perdem peso relativo na distribuição de seguros. Fonte: ECO Seguros
As vendas de seguros totalizaram quase 1,33 mil milhões de euros em janeiro, crescendo 17,3% ou perto de 196 milhões de euros face a igual mês de 2021, uma evolução impulsionada sobretudo por incremento no mercado Vida, com variação de 31,9% em termos reais (+36,4% sem descontar a inflação), enquanto os seguros de Não Vida avançaram 3,2% (+6,7% em base nominal).
Com base na amostra (98%) que serve os indicadores divulgados pela Associação Portuguesa de Seguradores (APS) e medindo vendas pela produção emitida de seguro direto no primeiro mês de 2022, a produção no ramo Vida rondou 551,7 milhões de euros representando 41,5% de todo o mercado contra 35,7% um ano antes.
Sugerindo que os portugueses começaram o ano a aplicar poupanças, a variação em Vida foi impulsionada por crescimento expressivo nos PPR (+90,1% nominais, para 195,8 milhões) e produtos de Capitalização (parecidos aos PPR, mas com componente de investimento e risco), que cresceram mais de 79 milhões de euros, ou 39,4% em comparação com janeiro de 2021, para perto de 280 milhões.
O setor de não-Vida, com 777,2 milhões de euros de produção em janeiro, cedeu peso na estrutura do mercado (58,5%, vs 64,3% em janeiro de 2021), desacelerando crescimento para 5,5% (9,0% no mesmo mês do ano anterior) nos seguros Acidentes e Doença que, em conjunto, ultrapassaram 400 milhões de euros no mês, representando agora 30,1% de toda a produção seguradora.
O seguro automóvel, com perto de 207 milhões de euros de produção, embora praticamente estabilizado (-0,9% em termos reais) posicionou-se como segunda maior fonte de faturação em não-Vida, assegurando 15,6% da produção deste setor de risco.
No comportamento por ramos, nota ainda para a modalidade Comércio e Indústria que, com 55,58 milhões de euros, representou mais coberturas contra Incêndio e outros Danos do que o segmento Habitação e Condomínios, invertendo-se as posições de janeiro de 2021.
Canal bancário recua levemente na distribuição
Considerando a produção por tipo de operadores, os bancos venderam 26,6% da produção de seguro em janeiro, com maior protagonismo no setor Vida, onde responderam por 389,8 milhões de euros, mais 32% do que em janeiro de 2021. Em não-Vida, a banca cresceu pouco acima de 6%, captando 84,07 milhões de receita num mês em que a produção (seguros não-Vida) totalizou 777,2 milhões de euros.
A dinâmica de distribuição por canal mostra os bancos a entregarem 71% do produto Vida, contra 74% um ano antes. Considerando todos os tipos de seguro, os balcões dos bancos distribuíram 36% da produção seguradora em janeiro, contra 33% em igual mês de 2021.