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Euribor a 12 meses regressa a terreno positivo. Explicamos o que são as taxas Euribor e que impacto têm no crédito habitação. Fonte: Idealista News

As taxas Euribor fazem parte do léxico obrigatório a saber por quem tem ou vai pedir um crédito habitação. E muito se tem falado sobre as taxas de juro Euribor, que têm andado em terreno negativo nos últimos anos, mas que voltaram esta terça-feira (12 de abril de 2022) – a taxa a 12 meses – a valores positivos. Um cenário que já era esperado e que ganhou força com o eclodir da guerra na Ucrânia. O que poderá significar esta subida das taxas de juro? Que impacto terá na prestação da casa a pagar ao banco? O que são, afinal, as taxas Euribor? Explicamos tudo.

  • As taxas Euribor (do inglês Euro Interbank Offered Rate), tal como se lê no site do Banco de Portugal (BdP), são as taxas de juro de referência do mercado monetário do euro para os prazos compreendidos entre uma semana e um ano. 

O que são as Euribor e para que servem estas taxas?

“Estas taxas são também usadas como referência em vários produtos financeiros, como no crédito habitação com taxa de juro variável e nos instrumentos de taxa de juro (obrigações e derivados). Correspondem às taxas às quais as instituições de crédito dos países pertencentes à União Europeia e à Associação Europeia de Comércio Livre (EFTA, no acrónimo em inglês) podem obter fundos em euros no mercado monetário por grosso sem garantia, para os diferentes prazos”, diz o regulador e supervisor bancário, salientando que “as taxas de juro Euribor foram declaradas pela Comissão Europeia, em agosto de 2016, como taxas de juro críticas pela sua importância sistémica no sistema financeiro”. 

Conforme escrevemos neste artigo, as taxas Euribor, que são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 57 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário, são calculadas diariamente e variam em função do prazo. No caso do crédito habitação em Portugal, é comum aplicar-se a Euribor a seis ou a 12 meses, sendo a indexante a seis meses a mais usada dentro do volume total de contratos.

Como se calcula a prestação da casa?

Quando se contrata um empréstimo habitação com taxa variável, a taxa de juro aplicada à sua prestação mensal a pagar ao banco, que pode ser de três, seis e 12 meses, será formada por dois elementos:

  • spread, que é a margem de lucro que o banco arrecada para si e que é definida com base no risco do cliente;
  • A Euribor.

spread é uma componente fixa, que fica estabelecida entre o cliente e o banco aquando da concessão de crédito habitação, mas a Euribor não. Ou seja, se esta aumentar, o valor da prestação mensal da casa também aumenta, se descer, a mensalidade também desce. 

Juros no crédito habitação
Foto de Andrea Piacquadio no Pexels

A verdade e que, conforme explicou a Deco – Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor ao idealista/news neste recente artigo, num cenário em que a Euribor se encontra abaixo de zero, normalmente, compensa contratar com taxa variável, dado que a mensalidade será mais baixa. E assim tem sido há vários anos. Mas agora, no caso a Euribor a 12 meses, a Euribor voltou a entrar em terreno positivo, o que deixa antever que o mesmo pode vir a acontecer em breve nos indexantes a três e seis meses. Se pensares em tentar mudar um empréstimo com taxa variável para taxa fixa, deverás ler este artigo.

Recorde-se que as taxas Euribor a três e a seis meses entraram em terreno negativo em 2015, em 21 de abril e a 6 de novembro, respetivamente. Já a Euribor a 12 meses entrou em terreno negativo mais tarde, a 5 de fevereiro de 2016, sendo agora também a primeira a regressar a valores positivos. 

Porque estão a subir as taxas Euribor?

Os alarmes soaram depois do Banco Central Europeu (BCE) admitir, em fevereiro, mexer na taxa de juro diretora já em 2022 para travar a inflação na Zona Euro. Inflação essa que estava a subir e que ameaça escalar em força na sequência do conflito armado entre a Rússia e a Ucrânia. 

Desde então que as taxas Euribor têm estado voláteis, antevendo-se uma subida que agora se confirma. Paralelamente, se o BCE decidir entretanto subir as taxas de juro diretoras é certo que as taxas Euribor vão também aumentar, havendo uma relação direta entre ambas. 

Os mercados antecipam que a subida das taxas Euribor pode fazer disparar os encargos com a casa – através da prestação a pagar ao banco pelo empréstimo concedido – 993,6 milhões de euros até 2024.

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