Euribor a 6 e 12 meses subiram em fevereiro, enquanto a taxa a 3 meses desceu um pouco. Assim ficam as prestações da casa.
Fonte: Idealista News
Depois de ter estado a descer desde o final de 2023, o recuo da Euribor perdeu força ao longo de fevereiro, uma vez que os mercados estão a adiar os primeiros cortes dos juros pelo Banco Central Europeu (BCE). E os resultados estão à vista: a Euribor está a oscilar com a taxa média mensal a 6 e 12 meses a subir ligeiramente em fevereiro, enquanto a taxa a 3 meses continuou a descer ainda que pouco. Neste contexto, quem está a pensar comprar casa com crédito habitação a taxa variável poderá pagar um pouco mais de prestação da casa em março face aos meses anteriores se optar pelos prazos mais longos da Euribor, tal como revelam as simulações do idealista/créditohabitação.
As taxas Euribor têm dado sinais de descida desde o final de 2023, reagindo a manutenção da política monetária por parte do Banco Central Europeu (BCE) por três reuniões consecutivas. Mas Christine Lagarde, presidente do regulador europeu, tem se mostrado cautelosa em falar dos primeiros cortes dos juros, empurrando-os para o verão, muito embora haja quem defenda que seria melhor antecipar o alívio da política monetária dado o abrandamento económico na Europa, como é o caso de Fernando Medina, ministro das Finanças, e de Márcio Centeno, governador do Banco de Portugal.
Perante a resistência em falar de cortes do juros diretores por parte do BCE, “os mercados têm vindo a adiar o calendário previsto para a descida das taxas de juro”, o que se tem refletido na evolução da Euribor, que começou a oscilar em fevereiro perdendo força na sua rota de descida, analisa David Brito, diretor-geral da Ebury Portugal, em declarações ao idealista/news.
Em resultado, as taxas mensais da Euribor em fevereiro subiram a 6 e 12 meses e desceram ligeiramente a 3 meses para os seguintes valores:
- Euribor a 12 meses: a média mensal subiu para 3,671% em fevereiro, mais 0,062 pontos percentuais (p.p) do que a registada em janeiro (3,609%);
- Euribor a 6 meses: a taxa do prazo intermédio aumentou ligeiramente em fevereiro para 3,901%, mais 0,009 p.p. face a janeiro (3,892%);
- Euribor a 3 meses: voltou a descer ligeiramente para 3,923% em fevereiro, menos 0,002 p.p. face a janeiro (3,925%). Esta foi a terceira queda desta taxa mensal.
“Apesar da tendência de descida, não se espera uma descida acentuada das taxas de juro no imediato. Espera-se que se comece a sentir maior impacto para o segundo semestre do ano”, aponta por seu turno Miguel Cabrita, responsável pelo idealista/créditohabitação em Portugal.
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Crédito habitação em março: como ficam as prestações?
Perante as oscilações das taxas Euribor em fevereiro, quem está a pensar comprar casa em março com recurso a crédito habitação a taxa variável vai pagar mais alguns euros face a quem contratou no mês anterior – isto se optar por uma taxa a 6 ou 12 meses. Mas sentirá o alívio de um euro na prestação da casa se optar pela taxa a 3 meses. É isso mesmo que revelam as simulações do idealista/créditohabitação, tendo por base um novo empréstimo habitação de 150.000 euros, com spread de 1% e prazo de 30 anos:
- Crédito habitação com Euribor a 12 meses: quem avançar com o empréstimo em março de 2024 (que usa a média da Euribor de fevereiro) vai pagar uma prestação de 775 euros no primeiro ano, mais 5 euros do que quem se antecipou e avançou com o financiamento em fevereiro (770 euros);
- Crédito habitação com Euribor a 6 meses: a prestação da casa a pagar em março e nos cinco meses seguintes será de 796 euros, apenas um euro superior do que quem assinou o contrato em fevereiro;
- Crédito habitação com Euribor a 3 meses: a prestação da casa será de 798 euros nos primeiros três meses do contrato, um euro inferior à prestação de quem avançou com o crédito da casa no mês anterior.
Apesar dos recentes recuos da Euribor, as prestações da casa nos contratos assinados em março de 2024 continuam a ser superiores face a quem contratou o empréstimo habitação há um ano. A diferença é mais expressiva no caso da Euribor a 6 meses, já que a prestação da casa agora é 68 euros mais elevada do que a apurada em março de 2023 (728 euros). No caso da Euribor a 12 meses, a prestação da casa está 13 euros superior face há um ano, quando se situava nos 762 euros.
É por isso que quem contratou um crédito habitação com a Euribor a 12 meses vai ver a prestação da casa a ser revista em alta este mês, sendo que a dimensão da subida vá depender também do capital em dívida e do ano do contrato. Já no caso dos prazos mais curtos (Euribor a 6 e 3 meses), os mutuários vão sentir um ligeiro alívio na prestação da casa na revisão de março.
Quais os apoios para pagar as prestações da casa?
Para as famílias que estão a pagar um crédito habitação a taxa variável e sentirem um aperto na carteira por via da revisão da prestação da casa no início do ano, há apoios públicos que continuam disponíveis, como:
- Fixar a prestação da casa: medida dá desconto até 30% na Euribor durante 2 anos. Quem quiser beneficiar deste apoio terá de apresentar o pedido ao banco até dia 31 de março;
- Bonificação dos juros até 800 euros por ano;
- Suspensão da comissão de amortização antecipada;
- Resgatar o Plano de Poupança Reforma (PRR) para amortizar o crédito habitação e pagar a prestação da casa, sem quaisquer penalizações;
Quem não está abrangido por estes apoios, também pode optar por transferir o empréstimo habitação para outro banco ou mudar para taxa mista de forma a reduzir a prestação da casa, por exemplo.