Sem contar sismos e incêndios, nos últimos 40 anos os desastres naturais custaram 7,6 mil milhões de euros em Portugal, mas apenas 650 milhões estavam no seguro. Fonte: ECO Seguros
impacto de eventos climáticos extremos em Portugal provocou prejuízos de cerca de 7,6 mil milhões de euros nos últimos 40 anos, mas apenas 650 milhões foram indemnizados por seguradoras porque 91% das perdas não estavam previstas em apólices de seguros.
Este gap de proteção, a relação entre o património segurado e o segurável, foi revelado por um estudo realizado pela European Environment Agency, uma instituição da União Europeia cuja missão consiste em fornecer informação sobre o ambiente e que abrangeu 33 países.
Portugal foi o 12º país na dimensão do seu gap de proteção face às catástrofes naturais consideradas neste estudo, que utilizou dados do Eurostat e da resseguradora Munich Re, e que são temperaturas extremas, precipitação, secas e inundações.
O estudo considerou vários indicadores a partir dos totais verificados entre 1980 e 2019. Foram analisados o total dos prejuízos, os prejuízos em comparação com a área do país e com a sua população, os prejuízos que estavam cobertos por seguros e, finalmente, as fatalidades ocorridas nesse período em consequência dos desastres naturais que excluem incêndios e sismos, riscos muito significativos em Portugal.
Em relação ao gap de proteção a média dos 33 países analisados foi de 36%, sendo o Reino Unido o mais protegido com indemnizações a responderem por 70% dos bens perdidos. Os países do norte e centro da Europa foram aqueles em que as seguradoras mais responderam por prejuízos, enquanto os piores foram os do sul do leste.
O gap de proteção é apontado como uma das principais vias de crescimento do negócio segurador ao mesmo tempo que é visto como potenciador de problemas sociais em caso de catástrofe, com respostas deficientes por parte do Estado quer na prevenção quer na reparação de danos.