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Já a prestação da casa para a totalidade dos contratos atingiu máximo histórico de 396 euros, aponta o INE. Fonte: Idealista News

Os créditos habitação em Portugal têm vindo a ficar cada vez mais caros, por via da subida dos juros. Os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgados esta terça-feira revelam que, para a totalidade dos contratos, os juros voltaram a subir para 4,524% em novembro, o valor mais elevado desde março de 2009. E a prestação da casa atingiu os 396 euros, um valor recorde. Mas estamos a assistir a um ponto de viragem nos créditos habitação contratados nos últimos três meses: a recente descida das taxas Euribor em novembro, depois do Banco Central Europeu (BCE) ter feito uma pausa na subida das taxas diretoras, ter-se-á refletido nos juros destes novos contratos, uma vez que desceram pela primeira vez desde março de 2022 para 4,366%.

Olhando para os contratos de crédito habitação celebrados nos últimos três meses, o INE apurou que a “a taxa de juro desceu pela primeira vez nos últimos 20 meses, passando de 4,380% em outubro para 4,366% em novembro”. Ou seja, esta é a primeira vez que os juros desceram nos novos contratos desde março de 2022.

E o mesmo de passa nos créditos para aquisição de habitação – o “destino de financiamento mais relevante”. Nos contratos celebrados nos últimos três meses, a taxa de juro desceu 1,1 pontos base (p.b.) face ao mês anterior, fixando-se em 4,353% em novembro, registando, também, a primeira redução desde março de 2022, destaca o gabinete de estatística português na nota divulgada esta terça-feira, dia 19 de novembro.

Estes dados sugerem, assim, que os juros nestes novos contratos terão sido influenciados pela descida das taxas Euribor em novembro em reação à manutenção dos juros do BCE na reunião de outubro. Entretanto, o regulador europeu voltou a manter os juros diretores inalterados na reunião de dezembro, o que tem descido as taxas Euribor diárias, ainda que ligeiramente. 

Ainda assim, esta ligeira descida dos juros não foi suficiente para baixar as prestações da casa. “Nos contratos celebrados nos últimos 3 meses, o valor médio da prestação subiu 11 euros face ao mês anterior, para 655 euros em novembro (aumento de 29,2% face ao mesmo mês do ano anterior)”, aponta. E para o destino de aquisição de habitação, a prestação da casa subiu de 680 euros em outubro para 694 euros em novembro (+14 euros).

O que também salta à vista é que o montante médio em dívida continua a subir nos contratos de crédito habitação mais recentes, muito por via dos elevados preços das casas à venda, que continuam a subir embora a menor velocidade. Em concreto, para os contratos celebrados nos últimos 3 meses, o montante médio em dívida foi 126.115 euros, mais 1.012 euros que em outubro. Para aquisição de habitação, este montante é ainda mais elevado: 133.945 euros em novembro (132.354 euros em outubro).

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Prestação da casa atinge máximo histórico para a totalidade dos contratos

Analisando a totalidade de créditos habitação em Portugal (novos e existentes), verificamos que a realidade é outra: os juros continuam a subir e as prestações da casa atingiram mesmo o máximo histórico da série disponível do INE, que remonta janeiro de 2009.

taxa de juro implícita no conjunto dos contratos de crédito habitação foi 4,524% em novembro, o valor mais elevado desde março de 2009, traduzindo uma subida de 9,1 p.b. face a outubro (4,433%). Mas “note-se que, pelo sexto mês consecutivo, os aumentos da taxa de juro implícita têm vindo a ser progressivamente menos intensos”, destaca o INE. Também para o destino de financiamento aquisição de habitação, a taxa de juro implícita para o total dos contratos subiu para 4,497% (+8,9 p.b. face a outubro).

Em resultado da subida dos juros, a prestação média voltou a aumentar fixando-se em 396 euros em novembro, o valor máximo desde o início da série (janeiro de 2009). Face a outubro, a prestação da casa está 4 euros mais cara e face a novembro de 2022 ficou 108 euros mais elevada (+37,5%). “Pelo segundo mês consecutivo, registou-se uma redução da taxa de variação homóloga do valor médio da prestação face à observada no mês anterior (40,5%)”, sublinha o instituto.

Ainda assim, o peso dos juros na prestação média de novembro (396 euros) continua a ser expressivo:

  • Juros: correspondem a 240 euros do valor da prestação (61% do total). Há um ano a componente dos juros representava 29% da prestação média de 288 euros;
  • Capital amortizado: corresponde a 156 euros (39%).

O que também salta à vista é que o capital médio em dívida para a totalidade dos créditos habitação voltou a aumentar em novembro para 64.438 euros (+252 euros face ao mês anterior). Os elevados preços das casas à venda ajudam a explicar esta subida.

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