O ramo Vida subiu 70%, os ramos Não Vida quase 5%, a indústria seguradora em Portugal teve um bom segundo ano de pandemia. Prémios de seguros de saúde aumentaram 80 milhões de euros. Fonte: ECO Seguros
Os dados finais da produção de seguros em 2021, divulgados esta terça-feira pela Associação Portuguesa de Seguradores (APS), confirmam um bom ano para a indústria seguradora que atingiu 13,1 mil milhões de euros de prémios emitidos no total do conjunto do ramo Vida e dos ramos Não Vida.
Ainda longe do recorde de 16 mil milhões atingidos em 2010, ou dos mais recentes 14,2 mil milhões de 2013, as companhias de seguros aproveitaram o entusiasmo do canal bancário na mudança de paradigma dos clientes do ramo Vida quanto a risco, quando estes começaram a aceitar investir em produtos que não garantem rendimento, nem mesmo o capital empatado.
O interesse dos clientes pelos produtos unit-linked, ligados a ativos, de maior ou menor risco, a cujo valor estão indexados, levou à quase duplicação, face a 2020, dos investimentos em produtos de capitalização, seguros financeiros que em 2021 obtiveram vendas superiores a 4,7 mil milhões de euros. Também os PPR registaram uma procura 70% superior ao do ano anterior obtendo mais de 1,9 mil milhões de euros de novas entradas de poupanças.
Mais discreto foi o crescimento dos seguros de risco puro, os habitualmente ligados a operações de crédito à habitação ou ao consumo, que refletiram alguma estabilidade na pandemia, subindo vendas mas em apenas 3,4%. No geral o ramo Vida encontrou caminho para prosperar em ambiente de baixas taxas de juro e, se cresceu 69,5% face a 2020, também apresentou 11% de subida se comparado com 2019.
Ramos Não Vida: Saúde e Responsabilidade Civil em destaque
O conjunto dos ramos Não Vida, voltou ao seu crescimento relacionado com o crescimento do próprio PIB nacional. O ramo automóvel, o mais volumoso em prémios, subiu apenas 1,3%, mas já os seguros de saúde, que seguem em trajetória independente de sucesso, cresceram 8,4% em vendas, verificando-se uma subida de 17% em prémios emitidos nos dois anos de pandemia.
O ramo de seguros de acidentes de trabalho ainda não atingiu os mil milhões de euros por ano, embora tenha crescido 6,6% em 2021 e tenha saído dos dois primeiros anos de pandemia com um valor de vendas 8% superior.
Os seguros incêndio e outros danos, onde se incluem os populares multirriscos de habitação, comerciais e industriais registaram crescimento significativo, tal como os seguros de responsabilidade civil, embora estes produtos estejam ainda em fase inicial de afirmação no mercado das coberturas não obrigatórias.
No total, o valor dos prémios emitidos pelas seguradoras em Portugal foi de 13.144.959.000 euros, valor 34,8% superior a 2020 e 10% mais que em 2019. Para este total o ramo Vida contribuiu com 7.659.724.000 euros, valor superior em 69,5% relativamente a 2020 e 11% mais que em 2019. Os ramos Não Vida atingiram 5.485.235.000 de prémios, superando o valor de 2020 em 4,9% e o de 2019 em 8%.